O
PUNHETEIRO
Dias desse parei
do bar do portuga para tomar uma pinga, algumas cervejas e bater papo, normal,
ele como contador de causos é imbatível, como por exemplo, O Castramento, Energia Negativa. E senti-o inspirado, alegre
em excesso, estava bêbado, começou a falar sem parar.
Sou punheteiro
com prazer, gosto demais desse deleite solitário. Lembro-me quando eu tinha uns
seis anos fui pego no flagra pela minha mãe; não foi a primeira vez, estava eu
tranqüilo punhetando e ouvi seus gritos:
“ora pois, menino da porra, te disse para não fazer mais
isso”.
O grito
arrastado da portuguesa do interior mais precisamente em Piódão trouxe-me um abrutamento de
tremores desagradáveis, não gostosos quanto à manipulação do meu pinto. Sai em disparada
mata adentro e ela correndo atrás de mim com um galho de goiabeira. Eu corria,
corria para um lugar longe da visão dela. E lá, terminava de praticar meu
prazer solitário até meu pequeno corpo tremular. Para minha mãe era pecado;
causava doença. Para mim: algo gostoso e desconhecido.
Passei pela
criancice, a adolescência, não praticava tanto quanto no tempo de criança,
entretanto era quase um ritual punhetar pelo menos umas duas vezes por semana.
Quando casado
acha que parei? Nada disso, todas as segundas-feiras cumpro o ritual da práxis.
Sou metódico, faço sozinho, no silêncio do banheiro, no chuar da água do
chuveiro. Nada parecido quando no tempo de criança. Minha mente agora viaja em
bundas Balzaquianas, em seus seios leitosos, em seus lábios carnudos, em suas vaginas
maduras.
Sou punheteiro, onanista,
quiromaníaco, mastubador, manipulador manual.........como queiram. Claro que
não desprezo uma boa buceta, vagina, cona, xana, pereca, prexeca, buça, pastel
de cabelo etc. Gosto de cheirar, beijar, chupar os líquidos vaginais e enfiar meu
falo dentro. Adoro mulher em toda a sua essência.
Só que com as
minhas mãos, meus dedos, eu viajo com minha imaginação fértil nela, na dela Balzaquiana.
Sinto prazer em ver o meu esperma sair do meu membro duro com força para longe.
A idade diminuiu a pressão. Tive que aprender técnicas novas de punhetagem:
Seguro ao sentir
que vou gozar, prendo, aguarda alguns segundos, continuo e ao pressentir que
vou flutuar aperto a próstata com um dedo, abaixo do saco ou melhor: entre os escrotos
e o ânus, faço uma pequena pressão, pronto, trava a ejaculação, continuo
fazendo isso por uns quinze minutos e quando não aguento mais, deixo-a sair com
pressão, a porra bate na parede do banheiro fazendo um som agradável aos meus
ouvidos.
E como no tempo
de criança, tenho que fazer as escondidas do olhar insano e incompreensível da
minha mulher. Um dia uso a mão direita, no outro a esquerda; para não causar “ciúmes”
entres elas. Como já disse, sou um punheteiro metódico: religiosamente as segundas-feiras,
tenha chuva ou faça sol.
Espero
sinceramente que no momento da minha morte eu possa fazer-me a ultima vontade,
tocar uma punheta enquanto dou umas tragadas em um cigarro, vício ordinário que
me sustentou ( sustentou?) durante muitos anos.
Ouvi tudo sem
interrompê-lo, o que dizer a respeito? Se ele gosta do prazer solitário não vai
ser eu que vou recrimina-lo. Acabei de tomar a segunda cerveja, tomei uma dose
generosa da danada do garrafão, dei uma olhada irônica para ele e sai.
Ao transcrever para o papel é claro que usei minha língua, ( língua
portuguesa) pois a dele se tornaria incompreensível
Kaká de Souza
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