O EX-HÉTERO
PRIMEIRA PARTE: Parece estranho esse
nome acima, todavia, não sei como da um nome que se aproxima melhor que vou
narrar, poderia ser o dia que Dido perdeu o caba.....ou, perdeu o esfinc....ou
pode ser as pregas.
Tem certas
coisas que acontecem em sua vida que é difícil esquecer, o tempo pode passar,
mas as imagens e os fatos marcam. As memórias ficam. Por que estou dizendo
isso? Bem Dido trabalhava há muitos tempos na oficina a qual prestava manutenção
para a empresa que trabalhávamos. Ele
gostava muito, muito mesmo de álcool misturado com cerveja ou não misturado,
não é eufemismo, para ser bem claro tudo que contivesse teor alcoólico era do
seu gosto. Coisa normal, pois, a nossa turma gostava de sair no final do expediente
e encher a cara em bares, ou trailer na entrada da usina. Estou dando volta de novo,
fugindo do assunto principal.
Ser pensar ou
querer ser falso, ou até mesmo o medo de retaliação, vou emitir nomes dos
envolvidos nesse fato, porém, devo contar, minha língua coça, minha caneta
treme em minhas mãos, tenho que narrar. Estou parecendo aquelas velhas
fofoqueiras diante de algo para ser espalhado.
Certo dia chegou
uns estagiários da Escola* para a oficina, entre eles veio o Doçura, apelido sarcástico
dado a ele pela nossa turma de trabalho, ele aceitou semelhante apelido. Ah!
Doçura por quê? Sendo ele um rapaz educado, e até mesmo delicado, deram-no o
apelido. O rapaz era um excelente profissional, trabalhador, assim era
reconhecido. Quando terminou o estágio foi prontamente admitido como mais
mecânico da oficina para atender as manutenções na Usina*. Alguns de nós
sabíamos que doçura era homossexual assumido fora do ambiente de trabalho.
Dentro dela, ele tentava disfarçar-se, pois, o preconceito entre a chefia
arcaica era enorme e poderia tomar medidas duras contra o rapaz: demiti-lo. A
carcaça do jumento no piso agia. A rapaziada da área não estava nem ai para a
sua preferência sexual, zoar, brincar com a sua preferência era normal para
nós, sem que houvesse entre a turma a homofobia. Ainda mais no vestiário a
vê-lo nu, pele lisa igual a um bebe, a rapaziada zoava muito dele. Ele? Nem ai,
e dizia, eu raspo o corpo mesmo, ninguém tem nada com isso.
SEGUNDA PARTE:O tempo passou, para alguns companheiros a
comprovação da homossexualidade de Doçura, o rapaz gostava de outro tipo de
fruta. E Jaílto, um companheiro de Barra Mansa recebia na madrugada; quando no turno,
o carinho de Doçura, ele e mais uns três, todos jovens e solteiro, o boquete
era o principal carinho lúdico dele dedicado aos ‘escolhidos.’ Eu? Era casado e
feio para ele, não fiz conta disso, pois, essa relação nunca foi a minha praia,
que fique bem claro que não tenho nada contra. Cada um, com seu cada um, penso
assim, minha filosofia de vida. Infelizmente devo contar que a vida de Doçura
dentro do departamento não era só flores, foi estuprado pelo Furúnculo, nome
estranho, mas isso que ele é, e continua ser. Ele queria por que queria comer o
garoto, entretanto, ele era casado e mau-caráter, Doçura não quis nada com ele.
Um dia de madrugada Furúnculo o agarrou no banheiro, o espancou e cometeu o ato
absurdo de conseguir a força aquilo que lhe foi negado. Era assim no turno da
noite: Doçura tinha que fugir da infecção e manter seus contatos íntimos com
quem ele se sentia bem. Sabíamos da violência, mas todos nos tínhamos medo de
tal infecção social.
TERCEIRA PARTE: A discrição do rapaz fez com que ele permanecesse
longe de perseguição da chefia por uma longa data, desconfiavam, mas não tinham
prova, e quem tinha, não fazia a mínima questão de contar para eles.
Dei volta para
chegar até aqui; Dido, o qual fazia parte do nosso grupo, feio e casado fazia
de tudo para ter um; como posso dizer: um flerte mais profundo com rapaz,
Doçura não estava nem ai para ele, mas que ele tentava, isso tentava! E certo
dia, no mês de Dezembro em uma comemoração no Bar Sider. que não lembro de que,
o qual. Estávamos bêbados, tínhamos tomado todas até altas horas da noite, Dido
cismou que iria dormir na quitinete do Doçura.
Devo lembrar que
o tempo tinha passado e todos já sabiam da preferência do rapaz, já não
escondia mais para ninguém, entretanto, quando o pai ficou sabendo que o filho
era homossexual, o expulsou de casa. Ele arrumou uma quitinete afastada do
centro da cidade, e era exatamente nesse lugar que Dido queria ir com o Doçura.
E foram.
No outro dia a
fofoca estava feita dentro do departamento, e como todos os boatos podia ter um
fundo de verdade, e como vimos na mesa do bar no dia anterior, tinha uma grande
possibilidade de ser. Dido com a intenção de pegar o Doçura, aconteceu o contrário,
ele que foi pego firmemente, foi “comido.” Adivinha quem espalhou o boato?
Doçura, eles bêbados, o mal-intencionado dormiu de bunda para cima e
embriagado, ai Doçura disse-nos cinicamente que ele foi obrigado a fazer o “serviço”
no Dido.
Acreditamos,
pois, Dido depois do acontecimento andava com extrema dificuldade de dentro da
oficina. O nosso dia foi rir e comentar sobre o acontecido, pois, por nós era
sabido que o rapaz era invejado por alguns, isso, devido ele ser bem dotado,
sendo que uns até diziam maldosamente: como um guey pode ter uma ‘coisa’ desse
tamanho? Isso é uma dicotomia de Deus! Exclamavam.
QUARTA PARTE: Após esses acontecimentos Dido se transformou
naquilo que víamos ocorrer durante algum tempo, tornou-se alcoólatra agressivo
no ambiente de trabalho e fora dele. Chegou ao ponto de chegar à oficina
cambaleando de tão bêbado. Como ele tinha um irmão que fazia parte da cúpula da
chefia, conseguiram que ele fosse internado em uma clinica de recuperação.
Meses depois ele saiu da clinica e assumiu seu lugar na oficina. E não demorou
que o vício vencesse, pois, chegou bêbado e agrediu um companheiro de serviço.
Foi demitido, não ganhou justa causa devido a intervenção do irmão . Andou um
bom tempo pelas ruas da cidade bêbado, dormindo pelas calçadas.
E o Doçura? Bem,
saiu da empresa e foi trabalhar em uma boate da cidade. Isso que me contaram,
não fui conferir a veracidade.
Moral da
História? Tem muitas, deixo para quem queira pensar nessa ‘moral’.
Kaka deSouza
FIM
Palavra-chave:
homossexualismo, violência, covardia, comido, comeu.
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